segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Balanço 2020: as atividades da ONG e a pandemia

Começamos 2020 com um planejamento que incluía a comemoração dos 15 anos de existência da Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher e eventos tradicionais como o Café, Mulheres e Política em sua 13. Edição bem como os eventos do mês de agosto e de novembro, pelo fim da violência contra a mulher. Palestras em escolas, unidades básicas de saúde e empresas estavam programadas.

No início do ano, participamos do ato pela bailarina Mago, maringaense, violentada e assassinada no começo do ano, que comoveu a cidade, trazendo união em defesa da vida das mulheres com o questionamento do direito de estar onde a mulher assim desejar e do apelo por nenhuma a menos. Infelizmente, outras mortes de mulheres se seguiram na região, em sua maioria, assassinadas por ex-maridos ou ex-namorados. 

No mes de fevereiro, recebemos o título de Utilidade Pública Municipal, aprovado na Câmara de Vereadores com proposição dos vereadores Carlos Mariucci e Mário Verri, o que muito nos motiva a realizar trabalhos em parceria com o município.

O ano prometia, assim, a continuidade de muita luta pelo fim da violência contra a mulher. Realizamos junto ao Forum Maringaense de Mulher, a caminhada pelo fim da violência contra a mulher no 08 e março, pelo Dia Internacional da Mulher. O tema escolhido foi Basta de Feminicídio, levamos cruzes e fomos vestidas de preto. Nossa caminhada se juntou a caminhada promovida pela Secretaria da Mulher pela vida. O recado Basta de Feminicídio foi dado como forma de chamar a atenção da sociedade e cobrar das autoridades mais rigor no cumprimento da Lei Maria da Penha.

Foto: Caminhada Basta de Feminicídio - Forum Maringaense de Mulheres, 08/03/2020

Fomos então, surpreendidas pela pandemia do coronavírus no mês de março e começamos a adiar nossos eventos. No começo havia esperança de que seria um breve adiamento. Depois, vimos a gravidade da situação e cancelamos todos os eventos.

Como continuidade de nosso trabalho de formação e informação na área de direitos da mulher, resolvemos fortalecer o uso das redes sociais digitais no período do isolamento imposto pela pandemia. Além disso, nossa entidade foi convidada a participar de várias lives durante o ano todo, tratando sobre violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha e a falta de mulheres na política.

Nas redes digitais, resolvemos realizar campanhas específicas, além das postagens que já realizávamos. As campanhas foram: Lei Maria da Penha e os tipos de violência;  História das Mulheres no Brasil; O feminismo; O Feminismo no Brasil; A legislação Brasileira e as Mulheres e Mulher e Política. Para isso, pesquisamos e apresentamos os temas na forma de cards, vídeos e textos. O alcance foi superior ao que pensávamos e, assim, pudemos atingir o público para alcançar nosso objetivo.

Também apoiamos causas como o Movimento Mais Mulheres no Poder por mulheres na Câmara de Maringá.

Após analisarmos os dados da pandemia em Maringá, detectamos que as mulheres são as mais contaminadas e solicitamos que fosse realizada uma campanha de prevenção direcionada para as mulheres. A nossa justificativa se pautou no fato das mulheres serem as que mais utilizam o transporte coletivo, atuam como trabalhadoras no comércio e nas fábricas de confecção de roupas, além de movimentarem o comércio local e da área central. Infelizmente, não fomos atendidas pela prefeitura com a alegação de que morrem mais homens e que não necessário uma campanha de prevenção para um grupo apenas.

Muitas das integrantes da Ong também passaram por dificuldades como a maioria da população brasileira, sem escolas para seus filhos, com redução de trabalho, sem emprego ou em isolamento. Algumas contraíram COVID. Mas permanecemos firmes na atividade voluntária.

Novas integrantes se juntaram a nós, mulheres jovens com novas ideias e propostas. As integrantes mais antigas se reinventaram diante da nova realidade. Passamos a realizar as reuniões da Ong no modo virtual, de forma a continuar nossas atividades.

Nos faz falta a conversa olho no olho, o abraço afetuoso nas mulheres e a troca de experiências com as mulheres com as quais realizamos nossas formações. No entanto, sabemos que é por um tempo, que voltaremos a nos encontrar.

Estamos cientes da crise sanitária que atravessamos, combinada como uma crise política e econômica que existiam antes da pandemia. Procuramos respeitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde e dos profissionais de saúde no combate ao coronavírus.

Logo no começo da pandemia, nos unimos à área de saúde por esta causa, sabendo que nossas mulheres confinadas e isoladas, sofreriam mais violência em seus lares. A campanha Lei Maria da Penha e os tipos da violência que realizamos via redes digitais teve colaboração da Delegacia da Mulher e da Promotoria para alertar as mulheres que mesmo em isolamento, podem buscar ajuda e se livrar do agressor.

A pandemia não acabou,mas temos um longo caminho a percorrer e permanecemos firmes e atentas, diante das adversidades, no combate à violência contra a violência contra a mulher, contra o racismo e a homofobia.

Por um mundo livre de injustiças! A nossa luta é todo dia, contra o machismo, racismo e homofobia!

 

 

 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Ong deseja um 2021 de muita paz e esperança!

 A ong Maria do Ingá deseja um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de realizações e alegrias. Aproveitamos para agradecer a todas as pessoas que ajudaram de alguma forma nas atividades de 2020 realizadas pela ong.

 


 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

As mulheres e a pandemia

Vivemos uma crise sanitária sem precedentes, acompanhada de uma crise política e econômica que se apresentavam antes da pandemia. A pandemia fez aflorar problemas que existiam em nosso país.
Além dos problemas de desemprego e falta de programa de desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda, juntam-se as pautas como o aumento da violência contra mulheres, negros e LGBTs.
Os noticiários, a todo instante, trazem situações de violência que foram acirradas durante esse período de pandemia.
No caso específico das mulheres, a pandemia ao mesmo tempo que trouxe a redução de ocorrências nas delegacias da mulher, trouxe o aumento de feminicídios. Dados da Agência Brasil mostram que houve um aumento de 44 % de violência contra a mulher na pandemia, o que indica que houve subnotificação nesse período. Entre março e agosto, ocorreram 497 feminicídios no Brasil.
Em Maringá, dados da Delegacia da Mulher apontam para: 1994 boletins de ocorrência; 870 inquéritos e 1070 medidas protetivas. Ao comparar com anos anteriores, percebe-se que os boletins de ocorrência têm aumentado paulatinamente.
Mesmo diante de iniciativas de algumas delegacias da mulher de disponibilizarem o boletim de ocorrência on line, sabe-se que a grande maioria das mulheres usam celulares pré-pagos que muitas vezes, não tem acesso facilitado aos serviços.
O que torna as mulheres mais vulneráveis na pandemia é o confinamento com seu parceiro, que se torna agressor ou possuía histórico de agressor.
Além de serem as mais expostas ao coronavírus por ser a maioria da população, as mulheres usam mais o transporte coletivo, são em número maior de trabalhadoras no comércio e movimentam a economia local e da área central das cidades.
Junte-se a isso, o fato de as escolas terem sido fechadas pela pandemia, ocasionando uma sobrecarga maior para as mulheres, no cuidado com as crianças, também nas atividades escolares.
Todos esses fatos foram discutidos, inclusive, no período eleitoral, fortalecendo a necessidade de mais mulheres na política. Infelizmente, passado o período eleitoral, mesmo diante de algumas conquistas, continuamos no mesmo patamar de 10 % de mulheres na política. Ve-se, agora, as mulheres eleitas, negras, lgbts sofrendo ataques de ódio nas redes sociais, inclusive com ameaças de morte.
Dessa forma, a violência contra a mulher, desde a violência doméstica até a violência na política, no mundo do trabalho e nas ruas, mostra que é necessário o fortalecimento da luta por um mundo mais justo, fraterno e igualitário.
“Por nenhuma a menos, quando uma sobe puxa a outra, ninguém está sozinha” precisam, mais do nunca, serem chamadas concretas com ações firmes para que as mulheres tenham uma vida digna e sem medo.
 

 
 
Tania Tait, professora, escritora, coordenadora da ONG Maria do Ingá Direitos da Mulher.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Ong Maria do Ingá recebe nova integrante

 A Ong Maria do Ingá realizou nesta quinta feira mais uma reunião virtual para tratar diversos assuntos, dentre os quais a a subnotificação da violência contra a mulher na pandemia bem como planejamento para 2021.

Na reunião, também, foi recebida a nova integrante da Ong, a psicóloga Ana Maria Tardelli Tessaro.Ana Maria é formada em psicologia pela UEM, com pós graduação em psicologia psicanalítica. É mãe de duas meninas, sócia do Vilarejo Coworking Materno, um espaço de acolhimento e apoio à mães empreendedoras.

Damos as boas vindas para a Ana Maria que irá somar com seu conhecimento, preparo e disposição para as atividades da Ong Maria do Ingá Direitos da Mulher.