Ao pesquisar a história das
mulheres, deparamos com a mulher ocupando sempre um espaço subalterno, seja qual
for a cultura, a classe social ou grau de escolaridade. Em alguns povos, a
situação é de invisibilidade da mulher, em outras é um machismo camuflado.
O Brasil está classificado como um
país de “machismo camuflado”, pois nossas mulheres trabalham, estudam e participam
de quase tudo, no entanto, são violentadas, assassinadas e desprestigiadas quando
assumem funções de tomada de decisão. Temos altos índices de violência contra a
mulher, mínima participação na política e maior grau de escolaridade, ou seja,
ao mesmo tempo que estamos mais qualificadas, contraditoriamente, estamos sendo
violentadas e com menor participação nos espaços de poder. As estatísticas
colocam o nosso Estado do Paraná, por exemplo, entre os mais violentos do país
com as mulheres.
Além disso, a estrutura da
sociedade foi organizada, totalmente, sob o ponto de vista masculino, haja
visto as bandeiras de lutas dos movimentos de mulheres por escolas em tempo
integral, lavanderias comunitárias, divisão de tarefas domésticas, pela não
violência contra a mulher, não ao assédio sexual, entre outras, as quais buscam
colocar as necessidades do dia-a-dia das mulheres no mundo privado e no
público.
Sem falar no feminicídio que é
aceito por essa sociedade masculinizada ao transformar a vítima em culpada e
aceitar a tese de “matou por amor” inocentando o assassino. Ou ainda a máxima
machista que considera que a mulher foi estuprada porque estava vestindo roupa
imprópria, como se ela fosse a culpada e não a vítima.
Por tudo isso e muito mais, a
vitória da Dilma Roussef para Presidenta do Brasil é um marco na nossa
história, remando contra a maré do machismo reinante na política. Veja o caso
do Paraná, são 54 cadeiras na Assembléia Legislativa, com apenas 4 deputadas. Historicamente,
a eleição de nossas mulheres é resultado de herança eleitoral do pai, marido,
irmão etc. Nos últimos anos, entretanto, esse perfil tem mudado e começam a
surgir mulheres oriundas de movimentos sociais sem vínculo de herança eleitoral
familiar.
A política que, também é palco de
supremacia masculina no espaço de tomada de decisão, delega às mulheres o papel de observadoras e
executoras das atividades operacionais.

Nesse espaço masculinizado, nada
nos é dado. As nossas conquistas são obtidas com muito esforço, dedicação e
persistência, o que nos leva a refletir que ainda falta muito para que
realmente possamos ter uma representação plena na política, com a participação
efetiva das chamadas “minorias” (mulheres, movimento negro, movimento gay, entre
tantos) que lutam por garantir seus direitos.
Precisamos mudar essa história e
acabar com o machismo que ainda aparece no nosso dia-a-dia, quando uma mulher é
ironizada no trânsito, quando depreciam sua capacidade e qualificação
profissional, quando violentam, batem e assassinam as mulheres, quando não há
divisão de tarefas domésticas e cuidados com os filhos e filhas ou quando há barreiras para atuação na política.
Pelo fim da discriminação contra
a mulher! Pela atuação da mulher onde ela quiser! Pela mulher na política!